quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A vida dá muitas voltas, a minha ainda não parou de girar




Sentou-se à beira do passeio, como quem espera pelo seu transporte, mas não esperava por nenhum. Queria apenas sentir-se, olhar-se, deslumbrar-se. Olhou para as mãos e sentindo-as vazias, esfregou-as na esperança de pelo menos afastar o frio que sentia. Esse frio que sentia no seu corpo inteiro, nas pernas, nos pés, na cara, nos braços. Todos os seus poros sentiam frio, queriam sentir-se, mas não aquele frio que só o mantinha de cabeça baixa, a olhar para o buraco da estrada, tal como o buraco que sentiu antes de se sentar naquela beira de passeio.


A dúvida abriu o buraco e desta vez não tinha como o fechar, pois antes dessa dúvida, abriu a mão e disse 'Desisto'. Esse que não sabe o que é desistir, decidiu que por muito que fosse importante, que por muito que tivesse dado, talvez na verdade não estivesse pronto.


Deu os seus motivos e as distâncias envolveram o que lhe fazia ficar com medo, receio... Deixou-se falar, sem saber na verdade se foi ouvido, sem ter a certeza de que perceberiam que apenas queria afastar o sentimento e parar de ter medo e receio, para apenas saber o que é ter mais uma pessoa importante na sua vida, sem a afastar de si mesmo.


Nunca saberá a sua opinião, pois é assim que se sabe dar a conhecer, aos poucos.


Saiu de rompante daquele pedaço de chão e dirigiu-se para o conforto, onde sempre o encontrou, entre as suas palavras e os seus pedaços de memórias imortalizados por um disparo, o seu descanso.




Nunca chegará a perceber o que se passou, mas saberá que tentou.




Despedindo-se da forma que mais gosta, mostrando que é humano.

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